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27 de fevereiro de 2007

No Lago do Breu

No Lago do Breu
Sem luzes no céu
Nem bom Deus
Que venha abrazar
Os ateus
No Lago do Breu

No Lago do Breu
A noite não vem
Sem sinais
Que fazem tremer
Os mortais
No Lago do Breu

Mas quem não for mau
Não vá
Que o céu não se compra

Não vejo razão
P’ra ser
Quem teme e não quer
Viver
Sem luzes no céu
Só mesmo como eu
No Lago do Breu

No Lago do Breu
Meninas perdidas
Eu sei
Mas só nestas vidas
Me achei
No Lago do Breu

Mas quem não for mau
Não vá
Que o céu não se compra

Não vejo razão
P’ra ser
Quem teme e não quer
Viver
Sem luzes no céu
Só mesmo como eu
No Lago do Breu

No Lago do Breu
A Lua nasceu
Mas ninguém
Pergunta quem vai
Ou quem vem
No Lago do Breu

Mas quem não for mau
Não vá
Que o céu não se compra

Não vejo razão
P’ra ser
Quem teme e não quer
Viver
Sem luzes no céu
Só mesmo como eu
No Lago do Breu

José Afonso
Menino d’Oiro” - 1962

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